Como todo fã de Linux sabe, existem dois tipos de hackers:
os do bem, que desenvolvem software livre, como o kernel do Linux, e os do mal,
que invadem computadores dos outros.
E os hackers do mal fizeram uma visitinha indesejável à
turma do bem no mês passado, invadindo o site Kernel.org – que é o lar do
projeto Linux. Eles conseguiram ter acesso ‘root’ a um servidor conhecido como
Hera e, como saldo, comprometeram “diversos servidores da infraestrutura do
Kernel.org”, de acordo com nota divulgada quarta-feira (31/8) no site
Kernel.org.
Os administradores do site souberam do problema no domingo (28/8)
e logo descobriram vários problemas em seus servidores. Arquivos foram
modificados, um programa malicioso foi incluído no script de iniciação e alguns
dados de usuário foram gravados em um arquivo de log.
Os responsáveis pelo Kernel.org chamaram as autoridades
policiais dos EUA e da Europa e estão na fase de reinstalar a infraestrutura do
site e descobrir o que aconteceu.
Eles acreditam que os hackers podem ter roubado as
credenciais de login de um usuário para invadir o sistema. O site decidiu fazer
com que cada um de seus 448 usuários mudem suas passwords e chaves SSH (Secure
Shell).
A invasão preocupa porque o Kernel.org é o lugar a partir do
qual os distribuidores Linux baixam o código-fonte para o kernel do sistema,
que é amplamente utilizado em todo o mundo. Mas o aviso do site destaca que,
mesmo com acesso ‘root’, seria difícil para um hacker infiltrar código
malicioso no kernel do Linux sem ser notado. Isso porque o sistema de controle
de versões guarda um índice criptográfico de cada arquivo na hora em que ele é
publicado.
Assim, se um componente do kernel do Linux fosse gravado e
publicado no Kernel.org, “não seria possível mudar as versões antigas sem que a
ação não fosse notada”, afirmou o site Kernel.org.
Este tipo de ataque tem-se tornado perturbadoramente comum. Em janeiro,
servidores utilizados pelo projeto Fedora – a versão comunitária do Red Hat
Enterprise Linux – foram invadidos. E, quase na mesma época, outro site de
desenvolvimento de software open source, chamado SourceForge, também foi
invadido.
Fonte: IDG NOW!
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