Tanto a Google quanto a Mozilla pretendem aprimorar as configurações de privacidade de seus navegadores – Chrome e Firefox, respectivamente – de modo a evitar rastreamento dos passos dos internautas. Mas as propostas são bem diferentes.
A gigante das buscas, ironicamente, depende justamente dos cookies para exibir anúncios condizentes com as páginas que o usuário visita. No entanto, a extensão Keep My Opt Outs, anunciada na última segunda-feira (24/01), ativa uma função que evita o monitoramento do comportamento do internauta.
As empresas de marketing que participam da Iniciativa das Redes de Publicidade (ou Network Advertising Initiative - NAI, na sigla em inglês) já permitem aos usuários que se retirem da lista de cadastrados do grupo, mas essa decisão deixa de ser aplicada caso os cookies do browser sejam excluídos. A vantagem do complemento da Google é que ela relembra a essas redes, automaticamente, a opção do internauta.
A Mozilla, por sua vez, pretende adicionar essa opção às funções básicas do navegador, ou seja, sem que a instalação de uma extensão seja necessária. O Firefox identificaria as preferências do usuário, que funcionariam como um cabeçalho HTTP, e comunicaria os sites sobre tal configuração.
A abordagem da Mozilla é mais transparente, mas demorará mais para ser implantada. Mesmo que a função já apareça na próxima versão do Firefox – o que não é certeza, no blog há somente uma sugestão de que isso possa acontecer– os portais ainda terão que reconhecer o código HTTP. Por isso, a proposta da Google, a curto prazo, é mais eficiente.
Ainda assim, as empresas sofrem da mesma falha: elas dependem da boa vontade das redes de publicidade. Embora a NAI seja composta por 15 das maiores companhias do ramo nos Estados Unidos, outras tantas, algumas menos politicamente corretas podem não estar dispostas a participar da ação.
O maior problema da iniciativas está no comportamento do mercado. Será preciso reeducar sites de prestígio para que eles deixem de seguir os passos do usuários. O que representa um grande baque a uma publicidade que, por vezes, vários suportam.
Enquanto tudo isso não se realiza, muitos portais vão utilizando os dados pessoais de seus visitantes de forma perigosa.
Na semana passada, por exemplo, o Facebook passou a permitir que desenvolvedores de aplicativos tivessem acesso a endereço e telefone exibidos no perfil de seus usuários. Frente à repercussão negativa, voltou atrás, mas ainda busca uma melhor forma de avisar seus membros sobre o que pode acontecer caso autorizem tal acesso a fim de que possam usar o programa desejado.
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