domingo, 20 de dezembro de 2009

Nova tecnologia melhora saneamento e produz energia no Hait

Num bairro pobre na capital do Haiti, Port-au-Prince nasce um projecto-piloto para melhorar o saneamento básico e ao mesmo tempo fornecer energia.

O projecto construiu casas de banho públicas. Aqui, por um preço de um cêntimo todos têm a possibilidade de usar estas instalações. Na maioria das cidades do Haiti, as pessoas não têm acesso a água potável. Portanto, casas de banho como estas são um verdadeiro luxo. E em especial quando estão abertas ao público.

«Outras casas de banho públicas no Haiti não estão tão limpas e são caras», afirma Aline Saint-Fort, Empregada da Casa de Banho Pública» e adianta que «na maioria dos locais na cidade paga-se cinco ou até dez cêntimos para usar a casa de banho – isso é dez vezes o que cobramos».

A infra-estrutura pública tem capacidade para mil pessoas por dia, e tem impacto positivo no saneamento. Mas o verdadeiro benefício vem de um produto secundário.

Engenheiros em conjunto com a organização não-governamental brasileira Viva Rio, que gere o projecto, construíram este grande tanque de reacção no solo, um bio-digestor. Uma infra-estrutura onde as bactérias transformam os resíduos humanos em metano – um bio-combustível que pode ser usado como fonte de energia.

«O funcionamento é muito simples», diz Valmir Fachini, Coordenador do Projecto Viva Rio e explica que «os dejectos vêm dos sanitários, das casas de banho, e entram no fundo do reactor e ai inicia-se um processo de fermentação que produz biogás e o biogás atravessa a coluna de água e fica acumulado na cúpula, que é onde nós estamos. E esse biogás serve para cozinhar e para produzir electricidade».

Um método que responde às necessidades energéticas da população. «A capacidade deste reactor é de produzir 50 metros cúbicos de biogás por dia. E pode gerar 3000 watts de electricidade durante 24 horas», adianta o Coordenador.

Se o projecto fosse replicado poderia ser para os haitianos uma alternativa ao carvão e, com isso, uma forma de combaterem o grave problema da desflorestação.

Para além disso, a água filtrada que sai do bio-digestor é rica em nutrientes e suporta muitas formas de vida. Aqui, prosperam peixes, e com os cuidados apropriados este tanque poderia tornar-se em zona de pesca, criando alimentos e emprego.

«Aqui nos tanques, a água rica em nutrientes, com luz do sol produz alga. E as algas são o principal alimento dos peixes», referev Valmir Fachini.

Este é um projecto-piloto que está a ajudar os habitantes a produzir energia limpa e, ao mesmo tempo, a melhorar o saneamento no Haiti.

Fonte: Tv Ciência

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