sexta-feira, 19 de junho de 2009

HC testa nova tecnologia de diagnóstico em doenças no tórax

Técnica aplicada no Incor (Instituto do Coração) consegue estudar tumores e alterações de órgãos e tecidos do tórax sem necessidade de cirurgia exploratória

SÃO PAULO (ABN NEWS) - O Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) inicia nesta semana estudo de introdução no país de nova tecnologia de diagnóstico em doenças localizadas no tórax. A ultrassonografia endobrônquica (Ebus - Endobronquial Ultrasound) é capaz de evitar cirurgias exploratórias, utilizadas no diagnóstico de doenças do pulmão, sistema linfático e demais estruturas da região. Reduz, dessa forma, riscos humanos e custos hospitalares próprios de um procedimento cirúrgico, diz Dr. Miguel Tedde, cirurgião torácico do Incor.

Dr. Armin Ernst, especialista em pneumologia intervencionista e médico da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, fará demonstração da técnica a médicos brasileiros, ao lado de especialistas do Incor, nesta sexta-feira (19).

Os resultados da aplicação da tecnologia nos Estados Unidos e na Europa, segundo a Dra. Viviane Figueiredo, diretora do Serviço de Endoscopia Respiratória do Incor, mostram que a Ebus é um exame rápido e menos invasivo; portanto, com número menor de complicações decorrentes do procedimento.

Isso porque a ultrassonografia endobrônquica tem uma inovação que nenhum outro exame de diagnóstico por imagem possui: a de propiciar a coleta de material biológico para biópsia da doença sem a necessidade de abrir o tórax. A punção com a agulha, nesse caso, é guiada pela própria imagem do ultrassom.

Essa é uma grande evolução, diz a médica, pois resulta em maior precisão e segurança comparativamente à biópsia "às cegas", comumente realizada apenas com imagem de tomografia prévia.

Ao permitir a realização de biópsias dos gânglios da região, a Ebus pode também substituir a mediastinoscopia - procedimento cirúrgico comumente empregado nos casos de câncer de pulmão, para diagnóstico e estudo da evolução da doença.

Em linhas gerais, o Ebus é um broncoscópio - aparelho de endoscopia respiratória com vídeo - acoplado em sua extremidade a um aparelho de ultrassom.

Essa conjunção dá a capacidade de o equipamento gerar imagens de estruturas adjacentes às vias aéreas, que é por onde a cânula é introduzida no corpo. "É essa condição que propicia ao Ebus guiar punções para biópsia", explica Dr. Tedde.

APLICAÇÃO

O exame assemelha-se a uma endoscopia respiratória rotineira feita por broncoscopia: duração de aproximada de 40 minutos, realizada em paciente sob sedação, em sistema ambulatorial.

O acesso do equipamento ao corpo ocorre, a exemplo da broncoscopia, pela vias aéreas: boca, garganta e traquéia.

O Ebus é utilizado com ótimos resultados no diagnóstico de diversos tipos de cânceres que afetam a região - como, por exemplo, o de pulmão.

Estima-se que surjam por ano no Brasil cerca de 20.000 novos casos de câncer de pulmão - 7.000 deles apenas em São Paulo. Aproximadamente 20% deles teriam indicação de fazer o exame ao invés de cirurgia exploratória.


Fonte: ABN Noticias

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