sábado, 7 de novembro de 2009

IPv6 atrasado na Europa

É ainda muito reduzido o número de organizações que, por toda a Europa, já migraram para o IPv6, a nova versão do protocolo de endereços da Internet, de acordo com um estudo da Comissão Europeia divulgado esta semana.Das 610 organizações governamentais, educacionais e de outros ramos da indústria na Europa, Médio Oriente e Ásia Central, inquiridas para este estudo, apenas 17 por cento já migraram para o IPv6. Esta actualização é cada vez mais necessária, já que diminui de dia para dia o número de endereços IPv4 disponíveis, devendo estar mesmo esgotado dentro de dois a três anos.
Analisados separadamente, cabe aos ISPs o pior registo deste estudo. Cerca de 92 por cento dos fornecedores de serviço Internet não estão ainda a utilizar o IPv6 ou, na melhor das hipóteses, reportam muito pouco tráfego IPv6 nas suas redes, de acordo com o estudo.
Mais de 60 por cento dos inquiridos são membros do RIPE Network Coordination Center ou do APNIC – organizações regionais de registos Internet que atribuem blocos de endereços IP aos ISPs e são ainda responsáveis pela gestão de outras tarefas relacionadas com os endereços – segundo os quais ainda não existe uma necessidade premente de migração para o IPv6. Mas a maioria dos que referiram neste estudo que não têm planos imediatos no sentido de fazer a actualização aponta os custos como uma importante barreira.
Para Axel Pawlik, director do RIPE, os resultados do estudo não surpreendem. "Obviamente, os ISPs querem fazer dinheiro, o que significa que investirão primeiro naquilo que for mesmo urgente. E nenhum deles vê o IPv6 como uma emergência", sustenta.

Lentidão nos Estados Unidos

Mas nem só na Europa se verifica este atraso. Também nos Estados Unidos a implementação do IPv6 tem sido lenta. A consultora Gartner chegou mesmo a dizer recentemente às organizações para não se preocuparem com o IPv6, tendo em conta a actual recessão económica. Mas as consequências deste adiamento poderão ter um grande impacto nas empresas, sobretudo se as projecções para a data de esgotamento dos endereços IPv4 estiver errada e acontecer mais cedo que o previsto.
O protocolo IPv4 utiliza endereços de 32-bit, o que é suficiente para suportar cerca de 4,3 mil milhões de endereços únicos. Mas à medida que cresce o número de computadores e outros dispositivos ligados à Internet, estes endereços disponíveis estão a esgotar-se a um ritmo elevado, havendo previsões que apontam para 2012 como o último ano do protocolo. O IPv6 utiliza, por seu turno, endereços de 128-bit, o que aumenta exponencialmente o número de combinações de endereços IP possíveis.
Normalmente, as empresas substituem o seu hardware de rede, como os routers, a cada dois ou três anos, e os novos equipamentos disponíveis no mercado já suportam IPv6, salienta Axel Pawlik, acrescentando que muitas organizações que já fizeram a actualização acabaram por gastar muito menos do que o previsto.

Fonte: ComputerWord

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